quarta-feira, 23 de abril de 2014

Abril: mês da Saúde e Segurança no Trabalho


 
Marcelo Camargo
No dia 28 de abril de 1969, 78 famílias norte-americanas passaram a deixar de contar com seus pais, irmãos e maridos para jantar. Uma explosão numa mina no estado da Virgínia matou esses trabalhadores. 

Em 2003, a data foi instituída pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, em memória às vítimas de acidentes e doenças ocupacionais. É o dia em que o mundo se obriga a discutir e refletir sobre o tema. É o dia em que essas 78 famílias, assim como milhares de outras, choram por seus entes queridos.

Assim, o dia 28 passou a ter uma importância especial na agenda global, alavancando discussões, debates e ações de autoridades públicas e integrantes da iniciativa privada. Na América Latina, nossa realidade chancela a necessidade dessa agenda. Estudo conduzido pelo Banco Inter-Americano de Desenvolvimento para a América Latina aponta que 20 a 27 milhões de acidentes de trabalho ocorrem anualmente na região, sendo 90 mil fatais. A pesquisa constata que 250 pessoas morrem por dia e que acontecem 40 a 50 acidentes por minuto em ambientes de trabalho.

Já as estatísticas divulgadas pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) posicionam o Brasil no 4º lugar do ranking de acidentes fatais e 15º no de acidentes gerais. Segundo José Pastore, sociólogo da Universidade de São Paulo (USP), o país gasta nada menos que R$ 71 bilhões com o tema.

No início do segundo semestre de 2013, a OIT divulgou que aproximadamente 86% dos óbitos anuais em todo o mundo em ambientes laborais são causados por doenças ocupacionais e acidentes de trabalho.

Os números revelam uma triste realidade. Diariamente, milhares de trabalhadores e suas famílias sofrem as consequências dos acidentes e doenças ocupacionais. É uma reação em cadeia, em que todos perdem: o trabalhador, que coloca sua vida em risco e pode ficar com marcas eternas; sua família, que arca com um problema social em casa em razão do trauma de um de seus integrantes; a empresa, que passa a contar com uma pessoa a menos em sua equipe; e o Estado, que administra questões como o auxílio-doença, o auxílio-acidente, a reabilitação profissional e pessoal, a aposentadoria por invalidez e a pensão por morte.

Andreza Araujo é executiva de multinacional de bens de consumo e professora da Tear Escola de Negócios.
 Via: Revista Proteção

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