quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Setor florestal brasileiro cresce produtividade em 30 anos

Clonagem do eucalipto se destaca
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O processo de clonagem é fundamental para a produção de florestas, pois possibilita a homogeneização da matéria-prima, melhora a qualidade da madeira, seja para celulose ou para carvão vegetal, dentre outros produtos. Há, também, a maior resistência à seca, ao déficit hídrico e também às principais doenças que atacam a cultura, tudo baseado no melhoramento genético e na clonagem dos indivíduos superiores.
Para ser clonada, Gleison a árvore deve possuir as características desejadas, o que depende muito do objetivo do produto final. No setor da celulose, a árvore tem que ter um bom desenvolvimento de campo, crescimento acima de 45m³ ha/ano, boa densidade básica da madeira, de pelo menos 500 kg/m³, rendimento de celulose acima de 54%, e resistência às adversidades climáticas do local de plantio e a possíveis pragas e doenças da região.
Ao longo das ultimas três décadas, o setor florestal brasileiro, teve um avanço muito grande em termos de aumento de produtividade florestal. Na década de 70 a produtividade estava em torno de 20 m³ ha/ano, e hoje passa dos 45m³ na maioria das regiões do país, ou seja, o crescimento florestal mais que dobrou nesse período. Essa evolução aconteceu devido ao melhoramento genético e, mais especificamente, à clonagem.
Para o doutor em Genética e Melhoramento de Plantas e Coordenador de Tecnologia e Desenvolvimento do grupo CMPC Celulose Riograndense, Gleison Augusto dos Santos, praticamente todas as empresas hoje contam com a clonagem de eucalipto, principalmente de eucaliptos tropicais, que são aqueles plantados nas áreas mais quentes do país. “Há um vasto conhecimento sobre isso, em termos de propagação de plantas, silvicultura clonal, e o desafio hoje é levar esses ganhos para os eucaliptos subtropicais, plantados nas áreas mais frias do Brasil, onde ocorrem geadas durante o inverno”, avalia.
Para o produtor, as vantagens da clonagem são: facilidade no manejo, diminuição de pragas e doenças, aumento de produtividade e maior sustentabilidade da produção, o que proporciona maior retorno financeiro por hectare plantado.

Há uma diversidade de clones disponíveis no mercado, entretanto, para não errar, o produtor precisa considerar os mais adaptáveis para a região de plantio. É fundamental o acompanhamento de todas as fases, desde a escolha do clone à colheita das árvores por um engenheiro florestal, que é o especialista mais habilitado a trabalhar com o manejo de florestas de eucalipto.
Custos
O milheiro de mudas clonais é um pouco mais caro que o das sementes convencionais, chegando a R$ 350, frente aos R$ 250 do segundo caso. “A diferença no preço da muda é pequena, e a cada dia vem reduzindo, de acordo com a quantidade de mudas a serem plantadas. Pelos ganhos proporcionados pelo plantio do material clonal, o investimento, sem dúvida, vale a pena”, considera dos Santos.
A justificativa é que o resultado do plantio clonal é muito superior, produzindo praticamente o dobro em relação ao convencional, dependendo da região.
Manejo

Quanto ao manejo, o cuidado que o produtor deve ter é no momento de comprar as mudas, as quais devem, realmente, ser adaptadas à região de plantio e se adequar aos padrões de qualidade de mudas do eucalipto.
Além disso, dos Santos ressalta a importância de contar com acompanhamento técnico de silvicultura, para recomendar as técnicas de plantio, como espaçamento adequado para as mudas, fertilização ideal e preparo de solo. “Não é simplesmente plantar a muda de eucalipto e pronto. Há um manejo a ser adotado para essa floresta crescer bem, como o controle da matocompetição, o monitoramento da presença das pragas e doenças dentro da cultura, as adubações de manutenção adequadas, ou seja, além de um plano específico para a região, o produtor tem que acertar as tecnologias de plantio”, ressalta.
Além do já citado, é importante lembrar que a região tem que ser adequada ao plantio de eucalipto, pois essa espécie não responde a áreas encharcadas, o que exigiria tecnologias para retirar o excesso de água do solo, como camalhões.
Por fim, é preciso estar atento ao mercado consumidor, certificando-se quanto às indústrias que possam suprir a demanda pela madeira plantada na região.

Fonte: Revista Campo & Negócios / Adaptado por CeluloseOnline

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