quarta-feira, 22 de abril de 2015

Com bate-boca, Câmara aprova novas regras da terceirização e derrota governo

Parlamentares aprovaram que a atividade fim de uma empresa seja terceirizada e reduziram de 24 para 12 meses período que o ex-empregado deve cumprir a fim de poder prestar serviços à mesma empresa por uma contratada de terceirização


Deputados contrários ao pacote de mudanças nas regras da terceirização protestaram com réplicas da carteira de trabalho

Gustavo Lima/Câmara dos Deputados
Deputados contrários ao pacote de mudanças nas regras da terceirização protestaram com réplicas da carteira de trabalho

A Câmara na noite desta quarta-feira (22), por 230 votos a favor e 203 contra, emenda aglutinativa alterando alguns pontos do projeto que regulamenta a terceirização. A emenda manteve no texto-base a possibilidade de terceirizar a atividade-fim e reduziu de 24 meses para 12 meses a chamada quarentena, período que o ex-empregado de uma empresa deve cumprir a fim de poder prestar serviços à mesma empresa por uma contratada de terceirização. Agora o texto será avaliado pelo Senado Federal.
A emenda estabelece ainda que nos contratos em que não estão definidos a retenção na fonte de alíquota de 11 % da fatura para os serviços de limpeza ou segurança, ou as alíquotas relativas à desoneração da folha de pagamentos, a empresa contratante terá que reter o equivalente a 20% da folha de pagamento dos salários da terceirizada, descontando da fatura a ser paga. Pelo texto, caberá à contratada informar até o quinto dia útil do mês o montante da folha de salários referente ao serviço prestado no mês anterior. 


A emenda aprovada pelos deputados, também, torna a responsabilidade da contratante solidária em relação às obrigações trabalhistas e previdenciárias devidas pela contratada. Com a proposta, tanto a empresa terceirizada quanto a contratante são corresponsáveis e podem ser processadas pelo trabalhador no caso de dívidas trabalhistas e previdenciárias. A emenda aglutinativa apresentada pelo relator do projeto, deputado Arthur Oliveira Maia (SDD-BA), altera também um ponto do texto-base, aprovado no último dia 8. Ela retira a necessidade de se observar os acordos e convenções coletivas de trabalho. No entanto, Maia manteve no texto o dispositivo que prevê a filiação dos terceirizados ao mesmo sindicato da empresa contratante se ambas (contratada e contratante) pertencerem à mesma categoria econômica. 

Os deputados analisam agora emenda do líder do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP), que pretende incluir no texto do projeto o dispositivo que estende os direitos previstos na proposta que regulamenta a terceirização aos trabalhadores terceirizados da administração pública direta e indireta. 
Na tentativa de encontrar um acordo em torno de alguns pontos a serem alterados no projeto de lei, principalmente na questão da tributação, reuniram-se na tarde desta quarta-feira com o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), líderes partidários e os ministros da Fazenda, Joaquim Levy; das Comunicações, Ricardo Berzoini; da Aviação Civil, Eliseu Padilha; e o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid.

Deputados protestam com réplica de carteira de trabalho durante sessão na Câmara sobre terceirização (22/04/2015)
Gustavo Lima/Câmara dos Deputados
Deputados protestam com réplica de carteira de trabalho durante sessão na Câmara sobre terceirização (22/04/2015)
Com informações da Agência Brasil

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