quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Papeleiros unidos em Audiência Pública em Brasília

Papepeiros reivindicam fim da terceirização, jornada de 40 horas e desenvolvimento sustentável
audienciainternaDesenvolvimento sustentável, fim da terceirização na cadeia produtiva e jornada de trabalho de 40 horas semanais foram alguns pontos debatidos pelo setor papeleiro, nesta terça-feira (5), em audiência pública na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados.
Sindicalistas e representantes das indústrias papeleiras discutiram o futuro do setor para os próximos anos, propondo desde melhorias trabalhistas até incentivos fiscais para a indústria.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Papeis (SIP), Jeronimo José Garcia, deu exemplo de algumas dificuldades que devem ser enfrentadas, entre elas a alta carga tributária que incide sobre o setor. “A carga tributária prejudica as empresas diretamente. Um dos problemas que nós temos é a desoneração de folha, que não é uma medida permanente, é provisória. E isso, é óbvio, de alguma maneira acaba refletido no custo da mão de obra”, afirmou.
O presidente da Federação dos Trabalhadores da Indústria do Papel, Papelão e Cortiça do Estado de São Paulo, Ozano Pereira da Silva, disse que a categoria é contra a terceirização do trabalho. Segundo ele, a redução da jornada de trabalho é a principal bandeira do setor.
“A prioridade do setor é unificar as 40 horas semanais. Nós queremos também priorizar o setor de papel celulose, para acabar com a terceirização. O seguimento não precisa terceirizar. Porque terceirizar, para nós, é ‘precarizar’. Nesse segmento, não há lugar para escravizar o trabalhador”, ressaltou.
Marcelo Cavalheiro Mendes, presidente do Sindicato Local  de Mogi das Cruzes e Região, destacou que  a articulação dessa audiência teve como objetivo debater questões de interesse do setor papeleira, tendo da parte dos trabalhadores, a melhoria das relações de trabalho e desenvolvimento sustentável. “Esse debate, eu espero, que seja o primeiro de muitos, de forma a dar transparência e democratizar as relações  de todo o setor, envolvendo trabalhadores, empresários e o governo federal.”
O sindicalista ainda ressaltou que foi apresentado um amplo estudo, feito pelos trabalhadores, sobre o setor, seu crescimento, níveis de produtividade, demandas, exportações, etc. “Com base em dados reais, apresentamos nossas reivindicações, de forma que a categoria papeleira possa também ser incluída nesse processo de crescimento do setor”, ressaltou Marcelo.
Mediação
O deputado Vicentinho (PT-SP), que solicitou a realização da audiência pública, disse que incentivará outros debates entre indústria e trabalhadores e será um mediador entre o setor papeleiro e o governo federal. “Acho que com uma boa discussão é possível sensibilizarmos o nosso governo”, destacou.

Vicentinho disse ainda que irá protocolar um projeto de lei que incentiva a indústria papeleira do País. Pela proposta, todos os livros utilizados pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNDL), do Ministério da Educação, deverão ser produzidos pela indústria nacional.
Ao final da audiência pública, os participantes construíram um acordo para a criação de um fórum nacional de discussão permanente, que, entre outras propostas, discutiria o texto de um projeto de lei que institui o Dia Nacional do Papeleiro.

Reportagem – Thyago Marcel Edição – Marcos Rossi com edição final Sinap
Foto – Antônio Araújo – Ag. Câmara

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