O trabalho em hospitais gera riscos consideráveis, e na área de lavanderia hospitalar não é diferente.
A
lavanderia hospitalar normalmente se divide em duas áreas, suja e limpa.
Cada área tem um tipo de trabalho e cada tipo de trabalho gera riscos
particulares.
RISCOS NA LAVANDERIA HOSPITALAR – ÁREA LIMPA
- Choque elétrico:
O risco de choque é sempre presente, pois não é raro que em lavanderias
hospitalares não exista aterramento. E em um local onde alguns
trabalhadores trabalham molhado o risco é muito aumentado.
O aterramento elétrico evita acidentes e precisa sempre ter a atenção que merece.
Risco de corte:
Quando o maquinário é antigo ou mal cuidado o risco de corte é uma
realidade. Por isso, é importante cuidar do maquinário e tomar a injeção
anti-tetânica, injeção essa, que faz parte das vacinas obrigatórias.
Pedaços
de ossos, agulhas, lâminas de barbear, bisturis e outros materiais,
eventualmente podem chegar até a área limpa envoltos na roupa lavada e
até na roupa depois de seca. Todo o cuidado é pouco.
Sempre
que for encontrado esse tipo de material, a área da enfermagem e do
centro cirúrgico deve ser comunicada para a tomada de ações que visam
evitar que o caso se repita.
- Trabalho molhado
(frio): O pessoal que faz a centrifugação das roupas deve receber
avental para evitar que contato direto do corpo com a roupa molhada. E
assim, evitaremos o frio que leva a outros transtornos.
- Calor: Os secadores e calandras (ferro de passar) são máquinas geradoras de calor.
É
necessário avaliações periódicas no ambiente a fim de quantificar o
calor e tomar as medidas preventivas e corretivas necessárias.
Os
trabalhadores precisam ser instruídos a beberem muita água. Para evitar
chateações de preferência deve existir um bebedouro nas proximidades da
lavanderia.
- Queimaduras:
A calandra (ferro de passar) gera riscos de queimaduras que podem
acontecer inclusive, com gravidade elevada. A instalação de proteções
coletivas tipo barreira, visa impedir o acesso do trabalhador as áreas
de risco de queimaduras.
É
preciso sempre avaliar sempre se proteção está sendo eficiente. Os
trabalhadores precisam entender que não podem retirar, suspender ou
inutilizar a proteção.
- Incêndio: As máquinas de passar e lavar fazem uso de calor, e esse calor por sua vez é causador de risco de incêndio.
É
recomendado que os trabalhadores recebam treinamento de manuseio de
extintores, e que nas proximidades tenha extintores, obrigatoriamente de
fácil e rápido acesso.
- Risco biológico:
Está presente em toda área hospitalar. Na área limpa da lavanderia é
infinitamente menor do que na área suja, uma vez que a roupa já foi
lavada, ás vezes em temperaturas elevadas.
Mesmo assim, o cuidado é importante para evitar os cortes e outras formas de contato com risco biológico.
Roupas
mal lavadas ou com resíduos biológicos (sangue, fezes, urina) devem ser
imediatamente voltadas para a área suja para serem ré-lavadas.
Em caso
de reincidências o responsável pelo processo de lavagem das roupas deve
ser comunicado e o processo deverá ser reavaliado.
- Ruído: Se as avaliações do ambiente mostrarem necessidade os trabalhadores precisarão usar protetores auditivos.
RISCOS NA LAVANDERIA HOSPITALAR – ÁREA SUJA
- Risco biológico:
É um risco muito presente na área suja. O risco de contaminação pode
ocorrer no momento de recebimento e manuseio das roupas sujas vindas dos
aposentos dos internados, bem como, da UTI, centro cirúrgico e outros.
O risco
ocorre com a possibilidade contato com dejetos do corpo humano ou
sangue, pedaços do corpo humano, agulhas, bisturis e toda sorte de
perfuro cortantes usados no ambiente hospitalar, bem como, no centro
cirúrgico.
- Produtos químicos:
Os produtos químicos usados na lavagem das roupas são um ponto de risco
em potencial. Alguns são tóxicos ao organismo humano, outros podem
causar queimaduras, asfixia, lacrimejamento e ainda podem tornar o piso
escorregadio.
Grande
parte das lavanderias atualmente têm o processo de lavagem automatizado e
isso é mais uma arma em favor da prevenção. Uma vez que evitando o
contato com os produtos evita-se o risco.
Em caso de ambientes onde existe manuseio de produtos químicos o uso de EPI é fundamental.
- Calor:
Como boa parte das lavanderias trabalham com lavagem a quente para
favorecer a limpeza e a descontaminação, o ambiente na área suja
normalmente tem temperatura elevada. Soma-se a isso o fato de que o
ambiente não pode promover ventilação para áreas abertas, ou seja, o ar
da área suja, contaminado ou não, normalmente é exaurido para o esgoto.
Logo quanto o sistema de ventilação exaustora é desligado o trabalhador em alguns casos convive com o odor do esgoto.
O sistema de ventilação exaustora precisa permanecer ligado em todo o período de trabalho.
O uso
de ventiladores é proibido, pois, somente circularia a ventilação
contaminada no ambiente o que favorece o transporte aéreo de
microrganismos dispersos no ar.
- Queimaduras: Pode ocorrer no caso de contato com a tubulação que trás á água quente ou vapor.
- Incêndio/explosão: Alguns produtos químicos reagem entre si causando emissão de vapores inflamáveis e risco de incêndio e até explosão.
É
necessário pelo menos um conhecimento mínimo a respeito da reação dos
produtos em caso de mistura. Pois, alguns reagem violentamente podendo
até asfixiar o trabalhador em poucos minutos.
- Choque elétrico:
As máquinas de lavar por trabalharem com água (água é um condutor de
energia elétrica) e serem de alumínio merecem atenção especial. Pequenos
choques podem preceder grandes choques. Portanto, os trabalhadores tem
que ser orientados e a procurar de imediato o setor responsável e parar
imediatamente o equipamento se sentirem descargas elétricas ainda que
pequenas.
- Cortes:
Podem ocorrer em máquinas de lavar antigas, bem como no manuseio de
roupa suja. Um risco de corte e lesões com perfuro-cortante na área suja
é constante. Por isso o uso de luvas adequadas é fundamental.
Separação de roupas:
É uma das horas mais críticas do trabalho. Os trabalhadores precisam
ser orientados a nunca abraçar os sacos de roupa contaminada. O toque na
roupa e no saco de roupa suja deve ser feito sempre superficialmente.
Em alguns hospitais já dispõem de detector de metal para ser usado nesse
momento. O uso é muito recomendado.
Pedaços
de ossos, agulhas, lâminas de barbear, bisturis e outros materiais,
eventualmente podem chegar até a área suja envoltos na roupa. Todo o
cuidado é pouco.
Sempre
que for encontrado esse tipo de material, a área da enfermagem e do
centro cirúrgico deve ser comunicada para a tomada de ações que visam
evitar que o caso se repita.
- Ruído:
Ás máquinas de lavar, bem como a introdução de vapor quente para
lavagem a quente, podem gerar níveis de ruído altíssimos! O uso de
protetores auriculares precisa ser analisado.
TREINAMENTO DE USO DE EPI
O treinamento de uso de EPI é fundamental.
Imagine
comigo a situação. Você fornece para o trabalhador protetor auditivo de
inserção, o famoso plug. Então o trabalhador terá que pegar em diversos
tipos de roupas sujas com os mais diversos tipos de resíduos humanos
oriundos de diversas pessoas com diversas doenças….
Se esse
trabalhador não tiver o mínimo de preparo ele fatalmente pegará no
protetor auricular com as mãos sujas, introduzirá o protetor no ouvido e
terá um grande risco de contrair os mais diversos tipos de doenças. A
mesma situação se aplica ás luvas, ás botinas, aos óculos, viseiras de
proteção, etc.
O
treinamento de uso, guarda e conservação do EPI (NR 6, item 6.6.1 letra
d) não deve ser ministrado somente no ato da contratação do trabalhador,
deve ser realizado periodicamente…. O treinamento não deve alcançar
somente o pessoal da área suja, más todos que façam uso de EPI no
desempenho de suas atividades.
EPI’s RECOMENTADOS
- Botina de borracha: Evita quedas, pés molhados e contato com materiais e resíduos biológicos.
- Óculos de Segurança: Evita que respingos de produtos químicos e materiais biológicos lançados no ar atinjam nos olhos.
- Viseira de segurança:
Óculos de Segurança: Evita que respingos de produtos químicos e
materiais biológicos lançados no ar atinjam nos olhos. Proporcionam uma
área de proteção no rosto bem maior do que os óculos de segurança.
- Máscara PFF 2 e similares: Proteção contra riscos biológicos.
- Máscara de proteção com filtro para produtos químicos: Esse tipo de EPI só deve ser usado se o sistema de dosagem dos produtos químicos de lavagem das roupas for manual.
Para o tipo de máscara consulte seu revendedor de EPI levando os rótulos dos produtos que utiliza.
- Luva de PVC cano longo: Evita contato com materiais e resíduos biológicos.
- Luva de látex: Usada na limpeza dos banheiros.
- Protetores auditivos: Tipo plug ou concha. Analisar o indicado ao seu ambiente.
- Avental impermeável: Evita contato do corpo com a humidade.
- Luva térmica: Evitar contato com o calor das secadoras e calandras (ferro de passar).
VACINAÇÃO
Os
trabalhadores de áreas hospitalares precisam estar sempre com a
vacinação em dia! A vacinação é peça fundamental na proteção do trabalho
e é grátis!
PROGRAMAS DE SEGURANÇA
São muito importante tanto para a área limpa como a suja.
- PPRA:
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais é usado para avaliar o
ambiente qualitativamente e quantitativamente e definir as medidas
preventivas com base nos riscos encontrados.
- PCMSO:
O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional é usado para
propiciar através de exames médicos a o diagnóstico precoce de doenças e
males, propiciando assim descobrir também os setores de maior
incidência de doenças e agir com foco na prevenção. Além de documentar o
programa de vacinação do trabalhador.
- PCA:
O programa de Conservação Auditiva é usado para áreas de ruído elevado.
Através do PCA é traçada a história auditiva do trabalhador. Analisando
possíveis perdas auditivas e tratando os casos com maior rapidez e
eficiência. Sendo um programa específico às chances de sucesso na
proteção auditiva são aumentadas significativamente.
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