terça-feira, 22 de julho de 2014

Comissão Nacional da Verdade convoca 16 agentes da ditadura a depor nesta semana

Foto: Acervo o Globo
A Comissão Nacional da Verdade (CNV) anunciou na sexta (18) a convocação de 16 pessoas envolvidas em episódios de violação de direitos humanos durante a ditadura militar. A comissão quer ouvir as versões deles para casos como a morte e desaparecimento do deputado federal Rubens Paiva e o assassinato de integrantes da Guerrilha do Araguaia. Os convocados devem ser ouvidos na sede da CNV, em Brasília, na próxima semana, entre os dias 21 e 25 de julho.
Foto: EBC
Um dos convocados é o general reformado José Antônio Nogueira Belham, que era comandante do Destacamento de Operações e Informações (DOI) do 1º Exército em janeiro de 1971, quando Rubens Paiva foi morto. O ex-sargento do Exército Jurandyr Ochsendorf e Souza também foi chamado pela comissão para falar sobre a morte do deputado federal e as ações posteriores, que tentaram desvincular a morte de Paiva aos militares, forjando uma cena de crime.
“Os convocados estão citados em documentos relacionados a graves violações e a CNV deseja dar a eles a oportunidade de darem suas versões sobre os fatos antes da finalização do relatório da comissão, que será divulgado em dezembro deste ano”, disse o coordenador da CNV, Pedro Dallari, ao site da comissão.
Dos convocados, sete tiveram participação em campanhas das Forças Armadas na Guerrilha do Araguaia, ocorrida no sul do Pará. Dezenas de pessoas morreram ou desapareceram na guerrilha, combatida pelo regime militar. Esses depoimentos servirão de apoio para a Audiência Pública sobre a Guerrilha do Araguaia, marcada para dia 12 de agosto, em Brasília.
A prisão, tortura e morte de brasileiros no Estádio Nacional, no Chile, bem como outras operações de violação a direitos humanos no período entre 1964 e 1985 serão alvo de questionamentos aos convocados. Os depoimentos serão colhidos pelo coordenador da CNV, Pedro Dallari, e os membros da comissão José Carlos Dias, Paulo Sérgio Pinheiro e Rosa Cardoso.
Os convocados são obrigados a comparecer, mas podem permanecer calados se preferirem não colaborar com as investigações da comissão.
Escrito por: Agência Brasil

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