Vagner Freitas, presidente Nacional da CUT
Desde seu primeiro mandato como deputado Federal, Aécio Neves, se destacou no ataque frontal aos direitos dos trabalhadores. Ele sempre vota em defesa dos interesses dos empresários.
Como deputado Constituinte, Aécio votou contra a redução de jornada
de trabalho para 40 horas semanais, histórica reivindicação do movimento
sindical, que permitiria a criação de milhões de novos empregos,
aumentaria a qualidade de vida dos trabalhadores e beneficiaria toda a
sociedade. Também como Constituinte, Aécio votou pelo adicional de hora
extra de apenas 50%, defendido pelos empresários, ao invés dos 100%,
defendido pelos representantes dos trabalhadores.
Em 2001, já como presidente da Câmara dos Deputados, ele trabalhou
muito para o Congresso aprovar um projeto que alterava o artigo 618 da
CLT, enviado pelo ex-presidente FHC. O projeto flexibilizava totalmente a
legislação trabalhista e tirava direitos como férias e 13º salário. Não
foi adiante porque, em 2003, Lula mandou arquivar o projeto nefasto
antes da aprovação do Senado.
Em 2011, Aécio votou contra a Política de Valorização do Salário
Mínimo (SM). Ela anda dizendo que mente quem faz esta afirmação. Esquece
que o Senado registra para a posteridade todos os áudios e atas de
votações. Aécio não pode desmentir a história. Está lá, basta clicar no
link
http://mudamais.com/divulgue-verdade/video-aecio-vota-contra-o-salario-minimo,
comprovar. “Senador Aécio Neves vota contra”, diz o próprio.
No governo de FHC, o mínimo era de R$ 200. Agora, está em R$ 724. Os
aumentos do salário mínimo contribuíram para melhorar também os salários
de todas as outras categorias profissionais. Porque aumentou os pisos
salariais e, com isso, empurrou os níveis salariais para cima.
Segundo o IPEA, a formalização do mercado de trabalho e o aumento do
salário dos trabalhadores foram os fatores que mais contribuíram para a
queda da desigualdade social nos últimos anos. Esses fatores superaram
até mesmo outras fontes de renda, como previdência e programas sociais,
como o Bolsa Família.
Aécio, que falou para empresários em ambiente fechado que não tem
medo de tomar medidas impopulares (arrocho salarial e desemprego, entre
outras) fez igual Marina. Com a repercussão negativa, disse em público
que não era bem assim. O tucano só esqueceu de combinar o jogo com o seu
ex-futuro ministro da Fazenda, Armínio Fraga. O economista, principal
conselheiro de Aécio, disse com todas as letras, mais de uma vez, que o
salário mínimo está muito alto no Brasil. Para os tucanos, a única
maneira de manter a inflação baixa é cortando salário, emprego, crédito e
aumentando os juros.
Os profissionais de Educação de Minas Gerais foram uma das categorias
que mais sentiram os dramas do tão propalado ‘choque de gestão’ dos
tucanos. Nas escolas de MG, Estado governado duas vezes por Aécio, falta
infraestrutura, as salas de aula são precárias, mais de 50% escolas de
ensino médio não têm laboratório de ciências nem salas de leitura, 80%
sequer tem almoxarifado. Os investimentos em Educação caíram de 19,36%
para 11,53% em 2012. Aécio deixou de cumprir, por vários anos, o
investimento mínimo de 25% da receita em educação, como determina a
Constituição. E o Estado não paga o piso salarial dos professores.
Para piorar, 98 mil profissionais da Educação, efetivados sem
concurso público, estão prestes a perder o emprego. Aécio contratou os
profissionais via CLT. O STF julgou a medida inconstitucional e o
governo de MG precisa resolver a vida desses profissionais, sem
prejudicar o funcionamento das escolas. Pais e mães de família vivem
hoje o drama de não saber o que esperar do futuro, podem ser demitidos a
qualquer momento.
E para completar o quadro trágico, Aécio tem um pé na Casa-Grande e
não abre mão da senzala. Ele não quis endossar a Carta-Compromisso
contra o Trabalho Escravo, documento com propostas de governo para o
combate ao crime lançado pela Comissão Nacional para a Erradicação do
Trabalho Escravo (Conatrae).
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